Benvenuti

Questa è una comunità dei partecipanti del Circolo Emilia-Romagna di San Paolo - associazione collegata alla Regione Emilia-Romagna, in cui lo scopo è quello di mantenere il rapporto tra i suoi membri e la regione di origine. Questa comunità è un mezzo di comunicazione tra i nostri associati e un mezzo di promozione del nostro Circolo, della Regione Emilia-Romagna e delle sue province.



Esta é uma comunidade dos participantes do Circolo Emilia-Romagna de São Paulo - associação vinculada a Região da Emilia Romagna (Itália), cujo objetivo é manter o relacionamento entre seus membros e a região de origem.Esta comunidade é mais um meio de comunicação, onde lançamos oportunidades de bolsa de estudos e estágios para descendentes da nossa região, propomos e divulgamos atividades internas, nos conhecemos e interagimos com novos membros.



sábado, 14 de outubro de 2017

Exposição, palestra e workshop de gastronomia: Giornata della Gastronomia Italiana, São Paulo – Emilia-Romagna



Giornata della Gastronomia Italiana
São Paulo – Emilia-Romagna

A cultura e as excelências gastronômicas da Emilia-Romagna e o pai da cozinha italiana: Pellegrino Artusi.

Segundo a Revista Forbes, a Emilia-Romagna é a Região onde se degustam os melhores pratos do mundo e, pelo colosso mundial dos guias de viagem Lonely Planet, foi definida como o paraíso gastronômico italiano, especialmente com suas receitas típicas, tais como a lasanha e o molho à bolonhesa, entre tantos outros. Lá é o berço de produtos italianos famosos no mundo todo, como o queijo parmigiano reggiano, o presunto de Parma, o aceto balsâmico de Modena.

Casa Artusi, o principal centro de cultura gastronômica dedicado à cozinha domestica italiana, desembarca na cidade de São Paulo, nos próximos dias 25 e 26 de outubro, trazendo em sua bagagem, exposição, palestra e workshop de gastronomia. O projeto acontece graças à promoção da cidade de Forlimpopoli, na Itália, com a colaboração do Circolo Emilia-Romagna di San Paolo e da Casa Artusi, com o contributo dell’Assemblea legislativa – Consulta degli emiliano-romagnoli nel mondo.

Quem foi Pellegrino Artusi?                                                    O que é a Associazione Mariette?


PROGRAMAÇÃO ABERTA

A participação tem um valor de R$ 50,00 para associados do Circolo Emilia-Romagna de São Paulo e de R$100,00 para não associados.


Exposição e Seminário (em italiano): “100, 120, 150: Pellegrino Artusi e a Unificação Italiana na Cozinha”.
Palestrante: prof. Bruno MARANGONI (Università di Bologna – Accademia Nazionale Agricoltura).
Data: 25-10-17, quarta-feira.
Horário: 19h30.
Local: Instituto Cultural Ítalo-Brasileiro – ICIB
Rua Frei Caneca, 1071 – Consolação – São Paulo/SP.



Laboratório de Gastronomia (em italiano): “Tutto fa brodo” – workshop de massa fresca feita à mão, mito e rito da Emilia-Romagna.
Marietta: Corrada Ricci (Associazione delle Mariette di Forlimpopoli).
Data: 26-10-17, quinta-feira.
Horário: das 19h30h às 21h30.
Local: Faculdades Metropolitanas Unidas - FMU
Av. Liberdade, 654  - Liberdade – São Paulo/SP


Consulte também a programação fechada e exclusiva

Para inscrição e informações, favor contatar: circolo@emiliaromagnasp.com



terça-feira, 10 de outubro de 2017

Marietta Sabatini e a Associação das Mariettas

Marietta Sabatini – uma vida dedicada à Pellegrino Artusi

Marietta Sabatini, nascida em Massa e Cozzile pequena cidade da província de Pistoia,  foi contratada como copeira e cozinheira por Pellegrino Artusi por volta de 1887-1888, e acompanhou-o de forma discreta, fiel e eficiente até a sua morte.

Governanta, também acompanhava Artusi durante o verão às montanhas de Pistoia, aos balneários de Montecatini ou a Viareggio, é ela que nos revela ao costumes cotidianos do venerado mestre, quem ele freqüentava, suas paixões e, particularmente, seu amor pelos livros.

Em uma entrevista de 1932, publicada na “Cucina Italiana” conta que a única diversão de Artusi era escrever. Começou a escrever seu principal livro quase como brincadeira. Mais tarde, percebendo que o livro estava ficando bom, se apaixonou. Pouco a pouco começou a corresponder-se com pessoas de todas as classes sociais e de todas as regiões da Itália. Escrevia sempre. Acordava cedo e escrevia até a hora do almoço. Depois recomeçava a escrever por algumas horas. Era um continuo alternar entre o estúdio e a cozinha, entre a caneta e as panelas. Experimentava todas as receitas, uma a uma. A cozinha era para ele um campo de ação, um local de estudo.

Artusi era um terrível juiz dos pratos. Sabia reconhecer, apenas saboreando, os ingredientes e encontrava qualquer defeito imediatamente.

A Associação das Mariettas
- Origem e objetivos

Em honra à Marietta Sabatini, foi constituída a “Associazione delle Mariette” (Associação das Mariettas). O escopo desta associação é o de valorizar a cozinha caseira e as tradições gastronômicas populares através da pesquisa, da comunicação e da formação com uma especial atenção reservada à cozinha emiliano-romagnola. A “Associazione delle Mariette”, que já tem mais de 100 associados, desempenha um papel fundamental na Escola de Cozinha da Casa Artusi.

As Mariettas colaboram com a Escola de Cozinha através da aplicação de suas próprias experiências adquiridas nas cozinhas de suas próprias casas e ensinam nos cursos práticas dedicadas à confecção da “sfoglia” (massa estirada), da massa fresca com ovos elaborada à mão e estirada com rolo (“matarello”) da “piadina”,  do pão da Romagna, lado a lado com os alunos: as mãos das Mariettas são professoras especializadas e sabem ensinar melhor do que as palavras.

- À procura das Mariettas de hoje

Pasta seca ou fresca não faz diferença. O importante é executar um primeiro prato inspirado na cozinha doméstica de quem uniu a Itália à mesa: Pellegrino Artusi. É o “Premio Marietta” direcionado à cozinheiros amadores, dedicado à Marietta Sabatini, a fiel governanta de Artusi. Promovido pela cidade de Forlimpopoli em colaboração com a Casa Artusi, moderno centro de cultura enogastronomica dedicado à cozinha doméstica italiana. Esta iniciativa presta homenagem às ”Mariettas de Hoje”. Tanto homens como mulheres podem participar do concurso colocando em jogo as próprias habilidades e estimulando a criatividades desde que a inspiração venha do célebre manual artusiano: “La scienza in cucina e l’arte di mangiar bene”.

A edição mais recente deste concurso (2017) teve como vencedora Rosmunda Cristiano que com a sua receita “Calzoni di pasta fresca all’uovo con ripieno di salsiccia e friarielli, serviti con colata di Mozzarella di Bufala Campana Dop e cialda croccante di mozzarella” seduziu o júri recebendo o primeiro premio. A presidente do júri, Verdiana Gordini, resumiu assim o julgamento: “Escolhida por unanimidade, surpreendeu à todos pela experiência, tradição e apresentação”.

- Divulgação do trabalho


O trabalho das “Mariettas” tem sido divulgado através de grande parte da mídia. O acontecimento mais recente aconteceui em 11 de setembro de 2017 onde elas se apresentaram na RAI, no tradicional programa culinário “La prova Del Cuoco” apresentado por Antonella Clerici. Saíram de Forlimpopoli, e munidas de aventais e toucas brancas, levaram aos estúdios da RAI o entusiasmo e a paixão que as distinguem e souberam representar muito bem, como já havia acontecido em muitas ocasiões e em várias partes do  mundo, o que de melhor sabem fazer: a cozinha caseira da Romagna.

Por: Annalisa Fazzioli Tavares - Diretora Social do Circolo Emilia-Romagna di San Paolo

sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Quem foi Pellegrino Artusi?

Pellegrino Artusi nasceu em Forlimpopoli (Forli-Cesena) em 4 de agosto de 1829. Estudou no seminário de Bertinoro (Forli-Cesena) transferindo-se, posteriormente, a outra escola em Bologna, apaixonando-se então pela literatura clássica. Retornando à casa natal, ajudou seu pai na profissão de farmacêutico e, entre livros e remédios, viveu tranqüilamente até seus 30 anos.

Em 1851, a residência da família sofreu um violento assalto de criminosos locais. Em conseqüência deste episódio a família Artusi decidiu abandonar aquelas terras mudando-se, em 1852, para Florença. Imediatamente encontrou emprego em Livorno numa importante casa de comércio, e graças a seu aguçado tino comercial, fundou um banco, tornando-se rapidamente rico e famoso. Em 1870 retirou-se dos negócios para usufruir do fruto de seu trabalho, mas não do ócio, devotando-se à leitura dos clássicos italianos. Escreveu os livros “Vita di Ugo Foscoli”, em 1878 e “Osservazioni in appendice a trenta lettere di Giuseppe Giusti”, em 1880. Livros estes em poucas tiragens e que não tiveram repercussão no meio literário. Mesmo assim, anos mais tarde, se tornaria professor de literatura na Universidade de Florença.

Tomou gosto pela escrita elaborando “La scienza di cucina e l’arte di mangiar bene”, cuja
primeira edição foi publicada em 1891, em Florença, livro este que recolhia, por meio do contato com suas leitoras do jornal, um número de receitas que contemplavam a variação territorial particular de cada localidade e seus diversos dialetos. Ao contrário dos anteriores, este livro alcançou notável repercussão, não apenas enquanto receituário, mas também, e principalmente, como unificador da língua italiana.

Entre 1900 e a Primeira Guerra Mundial a Europa gozaria de notável crescimento econômico que repercutiria intensamente na Itália, como afirma Piero Camporesi: “do pão de milho passou-se àquele de trigo, que até então, era reservado aos doentes. A carne, nem que seja aquela de coelhos, já comparece com mais freqüência nas mesas camponesas”. A pelagra, doença causada pela falta de vitaminas, começa a desaparecer da Itália e de toda a Europa.

Mas o italiano, enquanto língua, ainda era uma raridade. Calcula-se que por volta de 1870, em uma população de 25 milhões de habitantes apenas 600 mil, ou 2.4% falavam a língua nacional. O restante da população falava uma quantidade incalculável de dialetos que podiam variar mesmo entre aldeias situadas a 10 ou 15 km de distancia. Em muitas das receitas de seu livro, Pellegrino Artusi se ocupou dessa mistura lingüística com observações e comentários que hoje soam engraçadas aos nossos ouvidos.

A obra de Pellegrino Artusi, particularmente no “La scienza in cucina e l’arte di mangiar bene”, é considerada importante principalmente pela difusão da língua italiana no território nacional. De fato, escrito em uma linguagem fluida, elegante e harmoniosa o livro se tornou familiar a várias gerações de italianos, exercendo uma presença preciosa e amiga: extraordinário exemplo de obra dinâmica e aberta que cresce com a coleta comunitária e dividida com o público que dela participa ativamente, sugerindo e criticando. O livro espalhou na casa dos italianos um modelo de língua florentina fresca e viva, mas ao mesmo tempo correta e controlada, sensível à tradição literária.

 “La scienza in cucina e l’arte di mangiar bene”, além de constituir um delicioso receituário, ainda hoje
universalmente conhecido, continua sendo uma âncora da tradição italiana do presente. Atualmente a obra se encontra na 62ª edição na Itália, com 450.000 cópias (dados de 2011) e foi traduzido para diversas línguas sendo que uma das traduções mais recentes (2009) foi para o português (tradução de Anabela Cristina Costa da Silva Ferreira - Associação Emiliano-Romagnola Bandeirante – Salto-Itu).

Neste livro as inesgotáveis cozinhas italianas foram inteligentemente combinadas e assim resgatadas para a criação de uma cozinha nacional ciosa de suas diversidades. Pode-se dizer que Pellegrino Artusi foi o criador da cozinha italiana contemporânea. Mesmo sem ter cozinhado qualquer coisa em sua vida, a natureza o tinha dotado daquela espontânea serenidade que aparece em sua agradável prosa e que ele doou a todos para viver tranquilamente, começando por ele mesmo: faleceu com mais de 90 anos, em Florença, a 30 de março de 1911.

Das várias citações encontradas no “La scienza in cucina e l’arte di mangiar bene” podemos destacar uma delas que, a nosso ver, resume a filosofia da obra de Pellegrino Artusi:

 “Não se vive apenas de pão; são necessários também os complementos; e a arte de torná-lo mais econômico, mais saboroso, mais sadio, eu digo e sustento, é uma verdadeira arte. Reabilitemos o sentido do gosto e não nos envergonhemos de satisfazê-lo honestamente, mas da melhor forma possível, como ela (a vida) nos dá os preceitos”.

Por: Annalisa Fazzioli Tavares - Diretora Social do Circolo Emilia-Romagna di San Paolo

Bibliografia e referências:
- Pellegrino Artusi – “La scienza in cucina e l’arte di mangiare bene” (prefácio da 32° edição-1929)
- Gabriel Bolaffi – “A Saga da Comida”  (1° edição – 2000)

GIORNATA DELLA GASTRONOMIA ITALIANA | São Paulo - Emilia-Romagna