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Questa è una comunità dei partecipanti del Circolo Emilia-Romagna di San Paolo - associazione collegata alla Regione Emilia-Romagna, in cui lo scopo è quello di mantenere il rapporto tra i suoi membri e la regione di origine. Questa comunità è un mezzo di comunicazione tra i nostri associati e un mezzo di promozione del nostro Circolo, della Regione Emilia-Romagna e delle sue province.



Esta é uma comunidade dos participantes do Circolo Emilia-Romagna de São Paulo - associação vinculada a Região da Emilia Romagna (Itália), cujo objetivo é manter o relacionamento entre seus membros e a região de origem.Esta comunidade é mais um meio de comunicação, onde lançamos oportunidades de bolsa de estudos e estágios para descendentes da nossa região, propomos e divulgamos atividades internas, nos conhecemos e interagimos com novos membros.



terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

“LA STAMPA A RUGGINE DELLA ROMAGNA”

A ESTAMPARIA TRADICIONAL DE TECIDOS DA ROMAGNA

Desta vez não vamos falar da enogastronomia da Emilia-Romagna embora esta seja uma das excelências da Região e de não termos ainda esgotado o tema. Vamos falar ainda da Romagna mas de seu artesanato e seu folclore.

“Não existe diferença substancial entre o artista e o artesão; o artista é um artesão inspirado”
Walter Gropius

A estamparia manual de tecidos utilizando o óxido de ferro (ferrugem) como corante é uma técnica muito antiga e pensamos que tenha se iniciado no século XVIII quando camponeses da Romagna cobriam os seus animais, para protegê-los do frio, com panos com a estampa de Santo Antonio Abade, protetor do mundo agrícola e dos animais.




OS MOLDES

Os moldes para a execução das estampas são feitos em madeira. De acordo com a tradição na execução dos moldes se adota a técnica semelhante à das matrizes de xilogravura (madeira entalhada). A madeira mais comumente usada para este fim é a da pereira por ser fácil de entalhar e abundante na região, além de apresentar poucos nós e ser resistente aos golpes das marretas de madeira utilizadas no processo da estampagem. A madeira precisa estar bastante seca e envelhecida de forma a manter a forma por um longo período. A profundidade dos entalhes é de cerca de 5 a 7 mm. Os moldes normalmente reproduzem temas mais clássicos, tanto florais (folhas, cachos de uva, folhas de videira, espigas de trigo, romãs) como animais (galos, bois, faisões, pássaros) não faltando também elementos da vida cotidiana e também formas geométricas.




AS TINTAS

A tinta usada para a estampagem é uma mistura obtida a partir do ferro oxidado com vinagre ao qual são adicionados sulfato de ferro e farinha de trigo. As quantidades variam de acordo com a tonalidade que se deseja obter e que pode variar do ocre ao laranja. É o óxido de ferro (ferrugem) que dá o nome à estampa tradicional (stampa a ruggine). Atualmente, mesmo com o processo tradicional de estampagem que estamos tratando aqui, são utilizadas outras cores tais como o azul e o verde que são obtidas com a utilização de óxidos de outros metais.

OS TECIDOS

Os tecidos utilizados para a estampagem, na sua origem, eram tecidos feitos com fibras de cânhamo cultivado nos campo e tecido em teares caseiros, tratando-se portanto de uma atividade essencialmente familiar. Além do cânhamo muitas vezes se utilizava o linho e o algodão e mais modernamente, em alguns casos isolados, a seda. As origens do processo são essencialmente pobres, camponesas como atestam os materiais empregados. Dos panos para proteção dos animais, em sua origem, a estamparia com oxido de ferro passou a ser utilizada para embelezar as residências na forma de cobertas de cama, toalhas de mesa, toalhas de banho, aventais, etc.






O PROCESSO DE ESTAMPAGEM

Para a estampagem propriamente dita, o tecido é estendido sobre uma mesa forrada por uma grossa camada de feltro. A função desta camada de feltro é a de permitir uma melhor acomodação do tecido ao estampo possibilitando assim a qualidade da impressão. Com o tecido já colocado sobre a mesa, o artesão coloca, com o auxilio de uma espátula,  uma pequena quantidade de tinta com consistência pastosa sobre uma superfície lisa, normalmente de pedra, com dimensões adequadas ao tamanho dos moldes. A seguir ele coloca o molde sobre a camada de tinta de forma a preencher toda a face do molde com a tinta em uma camada fina e uniforme. Uma vez recoberto pela tinta, o molde é colocado pelo artesão, com a mão firme, sobre o tecido, na posição definida para a estampagem. A seguir, com a outra mão empunhando uma marreta de madeira de cerca de 3 ou 4 quilos ele golpeia algumas vezes o molde. Esta operação deve ser feita com gestos rápidos e precisos de forma a garantir a perfeita transferência da tinta contida no molde para o tecido, até o termino da decoração desejada que pode ser feita tanto com a repetição sequencial do mesmo molde como intercalada com outros moldes. Uma vez terminada a estampagem o tecido é colocado em varais para a secagem. Após a secagem, que pode levar alguns dias, procede-se à operação de fixação da tinta sendo mergulhado em um recipiente contendo uma solução de soda cáustica. A seguir o tecido é enxaguado para retirada da soda remanescente, procedendo-se depois a secagem e acabamento.






CONCLUSÕES

Como vimos acima o artesão é então um artista no momento em que cria e entalha o  desenho no molde de madeira, torna-se um refinado alquimista quando prepara a tinta  para a impressão, demonstra sua grande habilidade como artesão quando coloca o tecido sobre a mesa de estampagem, ao colocar a tinta no molde, nem muito nem pouco, ao evitar falhas no tingimento, ao bater a pesada marreta sobre o molde de forma que a tinta penetre uniformemente na fibra têxtil.

Tudo o que acabamos de descrever se refere ao método de estamparia tradicional da Romagna que ainda hoje é utilizado destas forma por diversas empresas. Este método entretanto, por utilizar muita mão de obra e produtos naturais em todo o processo acaba tornando o produto muito oneroso. Em função disto surgiram várias empresas que começaram a reproduzir os desenhos originais da estamparia tradicional utilizando equipamentos e materiais industrializados (tecido e tintas) oferecendo estes produtos no mercado por um preço reduzido. Estes produtos, obviamente, não tem a qualidade artística e o valor histórico dos originais não devendo com ele ser confundido.

É necessário portanto reconhecer os tecidos efetivamente estampados à mão. Vamos descrever alguns conselhos para se verificar se o tecido foi produzido conforme a técnica artesanal DOC:

-Primeiramente verificar se o desenho pode ser visto em ambas as faces do tecido, porque só não produção artesanal tradicional isto ocorre, uma vez que a tinta, pelo modo de estampagem, impregna toda a espessura do tecido.

-Uma estampa feita à mão deve apresentar nuances de cor e imperfeições devido à colocação manual do molde sobre o tecido, a repetição do mesmo desenho pode apresentar alguma diferença em uma estampa e outra.

- Atenção também à cor: aquela das estampas industrializadas se reconhecem por serem planas e uniformes ao contrário da estampa manual onde a cor é necessariamente sujeita à nuances e com uma distribuição não homogênea.

Em resumo, uma estampa manual produz na verdade uma peça única que nenhuma produção industrial, por mais bem feita que seja, será equivalente.

Como forma de proteger a originalidade desta produção artesanal, em 1997, um grupo de artesãos de Rimini se juntou aos demais produtores da Romagna fundando a Associação dos Estampadores das telas Romagnolas (Associazione Stampatori Tele Romagnole), que representa as empresas que utilizam o procedimento produtivo tradicional, garantindo o respeito deste método de produção protegendo-as das falsificações e salvaguardando os produtores históricos que hoje se limitam a cerca de uma dezena.

Como pudemos ver acima podemos concluir que:

A pobreza não impede que se criem coisas belas, pelo contrário, a engenhosidade é estimulada por ela.

Por: Annalisa Fazzioli Tavares

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